segunda-feira, 23 de abril de 2012

Quem precisa de polícia?


Todos com certeza já viram relatos de pessoas que tiveram suas casas fiscalizadas pela Polícia Militar (PM). Na maioria das vezes, a história é a mesma: “eles já entraram quebrando tudo e atirando, sem nem querer saber quem era culpado”.
O treinamento que a PM recebe deve ser severo, mas ainda assim, respeitoso. Na noite do dia 20 de abril, sexta-feira, a polícia de Londrina realizou um "procedimento de rotina" nos bares da cidade. A Garagem Hermética, localizada na Vila Casoni, teve o desprazer de receber a blitz dos policiais com mais de sete viaturas da polícia, carro de choque, vigilância sanitária, juizado de menores e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). O que deveria ser uma fiscalização simples, acabou indo para um lado mais pesado e abusivo.
Pode-se afirmar sem dúvidas que a PM não soube realizar devidamente o trabalho a que é destinada. Ordenar que as pessoas ficassem de costas, com a perna aberta e mão na cabeça, como se fossem marginais e bandidos é um procedimento precipitado. Dirigir aos civis palavrões e xingamentos, trata-los com grosseria e maus tratos, é uma agressão moral e física por parte dos policiais.
O abuso de poder e a incapacidade de dar informações foi o mais observado pelos membros da festa, em sua maioria, estudantes de jornalismo. Quando a polícia age com desrespeito, ignorância e agressividade, devemos relatar isso a quem?
Uma música da banda Titãs ironiza bem que "dizem que ela existe pra te ajudar, dizem que ela existe pra te proteger". Quem deveria nos proteger, foi o que menos fez naquela noite.
Segundo explicações rápidas dos militares, estavam no local para investigar se não havia menores de idade. De aproximadamente 100 pessoas, sete tiveram seus rostos fotografados por ainda não terem completado 18 anos.
O mais estranho da noite foi que nem todas as pessoas tiveram de apresentar um documento de identidade próprio. Que tipo de fiscalização é essa? Outro caso é que não há no site da PM ou em qualquer jornal local o pronunciamento de que passaram nos bares da cidade e do que ocorreu. A verdade é que ao invés de proteger os cidadãos do grande número de assaltos, mortes e tráfico existentes na cidade todos os dias, os policiais resolveram usar do seu "poder" e ignorância para estragar a noite de diversos estudantes e trabalhadores.
Foi constatado depois que o espaço da Garagem Hermética estava sem licença no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) para os direitos autorais das músicas e sem a devida fiscalização de entrada de menores de idade. Por esses motivos o bar foi fechado e continuará assim, temporariamente. Ok. Falha que poderia ter sido evitada. No entanto, também poderia ser evitada a humilhação, agressão e desrespeito que os frequentadores tiveram de passar.
Está na hora da Polícia Militar de Londrina rever como os policias exercem o seu trabalho. Ou a população continuará insegura, sem poder confiar em quem deveria servir a seu favor.

Por Yvi Leíse Rosa - Foto: Hellen Paula Pereira

domingo, 22 de abril de 2012

Eu estava lá


Continuando o trabalho de apuração ao que ocorreu na Garagem Hermética, em Londrina, na madrugada do dia 21 de Abril, publicaremos alguns relatos de pessoas que presenciaram o ocorrido. Se você tiver algum relato mande para a gente que publicaremos futuramente. Aqui vão alguns:

O policial chegou e perguntou com quem eu iria embora. Eu falei que um amigo estava voltando para me buscar e ele me mandou esperar na esquina. Olhei para a cara dele e falei: “Você quer que eu espere na esquina?” Ele ficou sem saber o que falar e disse que era para circular de lá. Como que ele manda uma mulher esperar na esquina de um lugar daquele? Ele sabe que não é dos mais seguros. Morri de raiva.

Bruna Ferrari – Estudante de Comunicação Social – Jornalismo


O policial pediu para quem era menor de idade sair da onde estávamos e eu fiquei. Ele olhou para mim, pegou meu RG e nisso viu que eu era menor. Ele me puxou para um canto e falou 3 vezes: “Acha que eu sou tonto”. A cada vez que ele dizia a frase me dava um soco no estômago, me fazendo perder o ar. Ficaram algumas marcas, mas conversei com meu pai e achamos melhor não prestar queixa, com medo de possíveis represálias.

Por ser uma pessoa menor de idade preferimos não identificá-la. Mas o relato é verídico e foi confirmado por testemunhas.


A operação e a fiscalização dos órgãos competentes é totalmente legal e, com certeza, a maioria do público que estava presente na noite apoia. A parte que compete discussão é o fato de algumas pessoas serem ofendidas e em tom de ameaça. “Quer ir para o camburão?” foi uma frase muito usada por quem deveria nos proteger, infelizmente.

Marcos Gica – Estudante de Comunicação Social – Jornalismo


Quando estávamos sendo revistados pelos policiais, não podíamos conversar, virar para trás ou tirar a mão da cabeça. Depois da revista, fui questionar um policial sobre o modo como foi conduzida a operação. Perguntei o porquê de tanta viatura ali, porque entrar armado no meio da festa e da falta de educação deles, sendo que ninguém tinha faltado com respeito. A única coisa que ele me respondeu foi: “Faz parte do procedimento.” Então retruquei: “O procedimento está errado então, não acha?” Ele  apenas olhou  para mim e virou de costas, sem dizer ao menos uma palavra.

Adam Sobral - Estudante de Comunicação Social – Jornalismo 


Por Guilherme Vanzela - Foto: Samara Garcia

sábado, 21 de abril de 2012

A quem recorrer?


Não é novidade para ninguém que nossa sociedade ainda sofre com resquícios da Ditadura Cívico-Militar. Basta ver que não conseguimos nem sequer punir pessoas que cometeram crimes de lesa-humanidade. Infelizmente, tal impunidade ainda repercute na maioria das ações policiais que cometem grandes atrocidades, sem haver qualquer tipo de sindicância ou apuração.

Recentemente vimos os casos da USP e do Pinheirinho que chocaram nossa sociedade. Porém não vimos nenhum policial sendo punido criminalmente por cometer excessos, apenas manifestantes sofreram com isso. Por outro lado, estes dois casos, ao menos, tiveram repercussão nacional. No entanto, há tantos outros que ocorrem e que sequer tomamos conhecimento que, analisando friamente, começam a dar repulsa por aqueles que, teoricamente, deveriam nos proteger.

Madrugada de sábado, por volta da uma da manhã, na Garagem Hermética, espaço alternativo tradicional da cidade de Londrina. A festa mal começava e, de repente, surgem diversos policiais armados com revólveres e metralhadoras ordenando a todos que saíssem do local, formassem uma fila e colocassem as mãos na cabeça. Ao serem questionados do porque apontar armas para as pessoas eles respondiam: “Quer ir para o camburão?”. Engraçado que esta mesmo frase foi repetida por diversos policiais. Deve haver algum tipo de entendimento entre eles de que ao serem questionados devem convidar as pessoas para um passeio.

Deve-se ressaltar que a ação foi comandada pela Polícia Militar. No entanto, havia carros da CMTU, vigilância sanitária e da prefeitura de Londrina. Tinha cerca de 12 carros na operação. Infelizmente não sabemos ao exato o motivo da operação policial. Isto ocorre não por falta de apuração e, sim, por impossibilidade de diálogo. Pedi para conversar com pessoas de todos os órgãos presentes e ninguém podia falar oficialmente. Ao questionar onde se encontrava o responsável policial da operação, um sargento me fez apagar diversas fotos que havia feito, me convidando para a tradicional voltinha.

O que sabemos é que fecharam o Espaço da Garagem Hermética alegando haver menores de idade no local. Realmente havia menores no lugar e todos sabem que em nossa legislação alguns meses de diferença “mudam” a vida das pessoas. Partindo da premissa de que somente maiores de 18 anos podiam frequentar o lugar, concordamos que havia irregularidades. Mas isso não justifica o uso da violência por parte dos policiais.

Pode até parecer piada, mas houve, inclusive, agressões físicas. No entanto, o assédio moral que quem estava presente sofreu foi absurdo. Em primeiro lugar obrigaram todos a ficar mais de 15 minutos com as mãos na cabeça, enquanto “apalpavam” todo mundo. As apalpadas mais pareciam com agressões, principalmente quando ocorriam nos órgãos genitais. O resultado da revista foi “satisfatório”, nada apreendido, nenhum miligrama de droga.


Ficam-se alguns questionamentos: Foi necessária a utilização de tamanho contingente policial? Foi necessário tratar as pessoas como criminosas? Alguém ofereceu algum tipo de resistência que justificasse a violência aplicada? Será que nenhum veiculo midiático ficou sabendo desta operação? Aliás, não sabem ainda, porque não se viu nenhum tipo de cobertura deste caso. É nestes momentos que vemos o quanto somos vulneráveis. 


Por Guilherme Vanzela




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terça-feira, 17 de abril de 2012

2ª Plenária Unificada dos Estudantes da UEL

No dia 3 de Abril cerca de 40 estudantes de diversos cursos da UEL estiveram presentes na primeira Plenária Unificada, dialogando e pensando perspectivas na construção do Movimento Estudantil da Universidade para responder aos ataques do governo e defender o ensino público, gratuito, de qualidade e para todos. Neste sentido, o debate se deu democraticamente com apresentação de propostas e com participação direta de cada estudante pelo sistema de uma pessoa/um voto. Os principais temas discutidos foram a questão do aumento do R.U - promessa de campanha da reitora Nádina Aparecida Moreno, eleita em 2010 -, a falta de vagas na Moradia Estudantil e o Transporte Público.


Na próxima sexta-feira, dia 20, os estudantes e representantes de cada Centro Acadêmico irão levar as reivindicações de cada centro para a 2ª Plenária Unificada. Na ocasião o Movimento Estudantil vai discutir e pensar em ações para exigir do poder público os direitos de uma Educação Pública de qualidade para as Universidades Estaduais do Paraná. O M.E está se articulando em âmbito estadual para fortalecer a luta estudantil frente aos ataques privatistas do Governo Richa.


(clique na imagem para ampliar)



domingo, 8 de abril de 2012

Assembleia Geral dos Estudantes de Comunicação

O governo Estadual cortou verbas das Universidades, incentivando as privatizações e, assim, ferindo a Autonomia e provocando o sucateamento das Universidades Públicas do Paraná. Um exemplo disso foi a queda de 96% do orçamento da UEL em Janeiro e Fevereiro de 2012 em relação ao mesmo período em 2011. Diante de todos esses fatos, estudantes de vários cursos, organizados em seus Centros Acadêmicos, entidades representativas e correntes, estão propondo uma pauta que unifique e que possa expressar nossas respostas ao desmonte de nossa Universidade.

Na última terça-feira, dia 3, cerca de 40 estudantes de diversos cursos da UEL estiveram presentes na primeira Plenária Unificada, dialogando e pensando perspectivas na construção do Movimento Estudantil da Universidade para responder aos ataques do governo e defender o ensino público, gratuito, de qualidade e para todos. Neste sentido, o debate se deu democraticamente com apresentação de propostas e com participação direta de cada estudante pelo sistema de uma pessoa/um voto. Os principais temas discutidos foram a questão do aumento do R.U - promessa de campanha da reitora Nádina Aparecida Moreno, eleita em 2010 -, a falta de vagas na Moradia Estudantil e o Transporte Público.

Centro de Comunicação Social e a 2ª Plenária Unificada

Como encaminhamento desta Plenária, cada C.A presente ficou responsável por articular os estudantes de sua base, conversando sobre os problemas gerais dos cursos, sua conjuntura e uma posição para ser levada a segunda Plenária Unificada do Movimento Estudantil da UEL, que será realizada no dia 20 de Abril, com sala e horário ainda a confirmar.

Portanto, o Centro Acadêmico de Comunicação Social convida a todos e todas para a Assembleia Geral dos estudantes de Comunicação, na quinta-feira, 12, às 17h30. Temos algumas pautas específicas: nomeação de estudantes para as reuniões de Departamento (1 de Jornalismo, 1 de Relações Públicas); nomeação de 1 estudante de RP para as reuniões de Colegiado do curso; eleições do CACOM para o próximo mês - perspectivas; formação de uma comissão para o Estágio em Jornalismo e formatura antecipada. Vamos discutir as pautas gerais do centro para encaminharmos à segunda Plenária Unificada, portanto, questões como contratação de professores e infraestrutura são temas que dizem repeito ao investimento do governo na Educação e que pedem nosso posicionamento.

O que? Assembleia Geral dos Estudantes de Comunicação Social
Quando? Quinta-Feira - 12/04/12 - 17h30
Onde? Sala do C.A - Ala Térrea do CECA